OS LOUCOS

      Há vários tipos de louco.

    O hitleriano, que barafusta.
    O solícito, que dirige o trânsito.
    O maníaco fala-só.

    O idiota que se baba,
    explicado pelo psiquiatra gago,
    O legatário de outros,
    o que nos governa.

    O depressivo que salva
    o mundo. Aqueles que o destroem,

    E há sempre um
    (o mais intratável) que não desiste
    e escreve versos.

    Não gosto destes loucos,
    (Torturados pela escuridão, pela
    morte?)
    Gosto desta velha senhora
    que ri, manso, pela rua,
    de felicidade.

    António Osório, A ignorância da morte

     

PRÉMIO SOS AZULEJOS

  No passado dia 27 realizou-se a 6ª sessão de entrega dos Prémios SOS Azulejos, no Palácio de Fronteira, em Lisboa. Estes prémios são uma das iniciativas do Museu da Polícia Judiciária que visa salvaguardar o património de azulejaria. 

  Na categoria Intervenção de conservação e restauro, o prémio foi atribuído a Susana Lainho pelo restauro dos Azulejos da Igreja da Misericórdia de Viana do Castelo.

  Ontem, à noite, neste magnífico espaço, a premiada apresentou o livro de João Alpuim Botelho sobre os azulejos da Igreja, a que se seguiu uma explicação pormenorizada de cada uma das 14 obras de misericórdia neles representadas, feita pelo autor do estudo.

FEIRA DO LIVRO

   Há quem leia todos os dias. Há quem leia pouco. Há quem leia só nas férias.

  Todos têm de se abastecer para o próximo verão, pelo que os convidamos a visitar a FEIRA DO LIVRO.

  Das 8.30 às 17.00, cá os esperamos. Ler é o máximo!

OS BRETÕES

  Procurávamos material para acrescentar à exposição Tea party do grupo de Inglês, quando nos lembramos que havia referência ao hábito de tomar chá em Astérix e os Bretões.

   Este álbum, como todos os outros de Uderzo e Goscinny, são um manancial de informações sobre História, usos e costumes de alguns povos.

   Estes Bretões paravam todos os dias às cinco horas para beber água quente... com um farrapinho de leite, peço-lhe. Além disso, paravam dois dias de cinco em cinco dias...

   Leiam Astérix. A BE empresta.

LISZT EM PORTUGAL

  Há dias, em Dois génios, referíamos a visita que Franz Liszt fez ao nosso país.

  A revista do Expresso, de 16 de maio, faz o seguinte relato:

  ... chegou a Lisboa a 15 de janeiro de 1845, e por cá se demorou cerca de seis semanas, dando 11 concertos, dois dos quais privados, como foi o caso do recital no Palácio da Ajuda na presença dos reis. (,,,) Estava-se no auge da lisztomania! A rainha ofereceu-lhe uma caixa de rapé de ouro cravejada de diamantes, avaliada em um conto de réis e que hoje pode ser admirada no Liszt Haus, em Weimar. Liszt dedicou a D. Maria  II a partitura da transcrição da "Marcha fúnebre" de "Don Sébastien, roi de Portugal", de Donizetti, e a D. Fernando II, a sua "Marcha Heróica em estilo húngaro". Também ofereceu à rainha o piano que trouxera para os concertos (hoje no Museu da Música, em Lisboa) - a primeira vez que se via um piano de cauda em Portugal! Durante a sua estadia em Lisboa, Liszt compôs "Le Forgeron" (...) e a "Grande Fantasia de concerto sobre Melodias Ibéricas", Há ainda indicações que teria pensado compor uma ópera sobre Camões. A vinda de Liszt a Lisboa marcou uma viragem no ambiente musical do país.

  O pianista António Rosado gravou Liszt in Lisbon.

 Como não conseguimos essa gravação, reproduzimos Harmonie du soir, uma das peças do referido disco, aqui  tocada por Jorge Bolet

  Um génio de LUZ!

DRÁCULA

   Bram Stoker, escritor irlandês, publicou a 26 de maio de 1897 Dracula.  

                                  

  O príncipe Vlad Tepes, conhecido pela sua crueldade, que governou toda a zona que hoje corresponde à Roménia, serviu de inspiração para a construção desta figura sinistra, que habitava o castelo de Bran. 

 O castelo e o museu podem ser visitados. Garantimos que é uma visita muito interessante.

Castelo de Bran

   A BE empresta.

UMA MENTE BRILHANTE

 John Forbes Nash, matemático norte-americano, Prémio Nobel da Economia em 1994, morreu vítima de acidente de viação.

   A sua vida foi retratada no filme Uma mente brilhante, adaptado do livro com o mesmo nome, de Sylvia Nasar. Segundo alguns críticos, o argumento foi muito alterado, acrescentando factos que não se passaram na realidade. John Nash sofria de esquizofrenia, que lhe causava alucinações e delírios, confundindo a realidade com a fantasia. Após internamentos, John Nash voltou a ser o matemático ilustre que revolucionou o estudo da teoria dos jogos na matemática. Tinha 86 anos.

SACCO E VANZETTI

  Um dos julgamentos mais mediáticos e controversos foi o de Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, iniciado em 23 de maio de 1921. Acusados da morte de duas pessoas no assalto a uma fábrica de sapatos no estado de Massachusetts, em 1920, foram condenados à morte. 

 Os detalhes do julgamento, o preconceito gerado pelo facto de os dois condenados serem anarquistas e a suspeita de que seriam inocentes tornaram este caso num dos mais famosos deste século. Apesar  das manifestações em todo o mundo e de outro homem ter confessado o crime, foram executados em agosto de 1927.

 Vários escritores falam deste julgamento nas suas obras, como Upton Sinclair, John dos Passos, Allen Ginsberg e William Carlos William; vários documentários e filmes são produzidos e canções criadas. 

 Joan Baez, de novo ela, canta Here's to you,  aqui numa versão de 1983, apenas com uma quadra que vai sendo cantada em crescendo, da banda sonora do filme de Giuliano Montaldo, A balada de Sacco e Vanzetti.

       Here's to you, Nicola and Bart

       Rest forever here in our hearts
       The last and final moment is yours
       That agony is your triumph

RALI

  O Rali de Portugal é a maior prova de desporto motorizado que se realiza em Portugal, desde  1967. Começou por se designar Rali Internacional TAP, organizado por Alfredo César Torres.

     A primeira edição, de 5 a 8 de outubro, é ganha por José Carpinteiro Albino e António Silva Pereira num Renault Gordini.

   Em 1970, também em outubro, o Rali já conta para o Campeonato Europeu de Ralis. O finlandês Simo Lampinen, num Lancia Fulvia HF, vence esta edição.

      Três anos depois, 1973, agora realizado em março, passa a contar para o FIA World Rally Championship. Continua a ser uma prova para elites que se deslocam para as florestais para verem, nesta edição, Jean Luc Therier vencer, no seu Renault Alpine.

   É interessante verifcar que, mesmo no Verão Quente de 1975, em julho, o Rali realiza-se. A prova passa a chamar-se Rali de Portugal Vinho do Porto, por mudança de patrocinador. De novo um finlandês, que vai repetir a proeza, vence a prova, num carro que como muitos outros desta prova, se torna o sonho dos milhares que assistem à prova, um Fiar Abarth.

   Como não queremos referir todos as provas, terminamos com a edição de 1982, ganho pela primeira, e única vez, por uma mulher, Michelle Mouton, num fantástico Audi Quatro.

  Dos corredores portugueses, podemos recordar António Peixinho, Francisco Romãozinho e Manuel Queirós Pereira.

  Numa época sem autoestradas, era uma emoção vê-los passar nas estradas nacionais.

DOIS GÉNIOS

  Um nasceu em 1811, o outro, a 22 de maio de 1813. A genialidade, a Música e o parentesco unia-os. O primeiro era sogro do segundo. Admiravam-se mutuamente. O primeiro escrevia transcrições para piano de obras do segundo (Também lhe pagava as contas...). Eram, são, geniais. O primeiro esteve em Portugal em 1845, tendo os seus concertos sido um êxito (Desta viagem falaremos um destes dias). O segundo nunca cá esteve.

  Claro, Liszt e Wagner!

   Apresentamos a transcrição para piano, de Liszt, da abertura da ópera Tannhäuser, de Wagner.

  São ou não são dois génios?

OS PRÓXIMOS

  Acabados os exames do 4º ano, os nossos próximos "clientes" visitaram-nos, depois de um lauto almoço na cantina.

   Ficaram a conhecer o espaço, a organização, algumas regras e o modo de empréstimo. 

   Cá os esperamos, em setembro.

ÍNDIA

  Luís de Camões, em Os Lusíadas, canto VI, fala-nos assim da chegada de Vasco da Gama a Calecute, a 20 de maio de 1498:

   As ondas navegavam do Oriente,
   Já nos mares da Índia, e enxergavam
   Os tálamos do Sol, que nace ardente;
   Já quási seus desejos se acabavam;
   Mas o mau de Tioneu, que na alma sente
   As venturas que então se aparelhavam
   À gente Lusitana, delas dina,
   Arde, morre, blasfema e desatina.

   (...)

   Esta é, por certo, a terra que buscais
   Da verdadeira Índia, que aparece;
   E se do mundo mais não desejais,
   Vosso trabalho longo aqui fenece.»
   Sofrer aqui não pôde o Gama mais,
   De ledo em ver que a terra se conhece;
   Os giolhos no chão, as mãos ao Céu,
   A mercê grande a Deus agardeceu.

   Séculos depois, Gonçalo M. Tavares, em 2010, publica a sua monumental Viagem à Índia (A BE empresta). O mesmo episódio, assim contado:

    Índia! Índia! Índia

    Ao seu lado direito um homem

    tem a Índia, esse enorme país.

    Eis que Bloom procurara,

    e eis que as coisas grandes chegam de forma simples.

    Não houve festa, ninguém gritou,

    Cheguei à Índia, Mary.

    Cheguei à Índia, pai.

    Bloom dobrou-se no seu banco

    e penando no pai e em Mary, chorou.

     Em 1998, para comemorar os 500 anos, inaugurou-se a EXPO.

EXAMES

  Começaram, ontem, os exames dos 4.º e 6.º anos. Hoje, vamos recordar o que eram os exames de outros tempos. Havia roupa nova, para quem podia. Era um dia diferente, de muito nervosismo e de ida até à Escola na sede do concelho.
   Na sala, vários professores desconhecidos da maior parte dos alunos, raparigas separadas dos rapazes.

                         

   As provas, em papel de linhas com uma dobra do lado esquerdo, podiam ter problemas deste teor, 

                 

 ou frases destas para analisar...

             

   No fim, depois de uma prova oral, um diploma para os aprovados poderem emoldurar...

                          

À LUZ DO MUSEU

   Uma noite inspiradora, uma verdadeira noite de verão. A Noite dos Museus. Cedo, começámos a chegar.

   No exterior, a primeira explicação sobre a casa e a divisão do grupo em dois.

  Um grupo começou no átrio, com o Dr. Ricardo,

  enquanto o outro foi para as salas do 1º andar, com a Drª Susana.

   O encantamento do segredo.

   A descoberta

   O cansaço, não o desinteresse, começava a manifestar-se.

   

O final.

  Em hora e meia, Faz-se luz... à luz do Museu.

DIÁRIO

   Ler diários, cartas ou biografias não significa "bisbilhotar", mas sim conhecer uma época, uma pessoa, hábitos e curiosidades.

  Nessas leituras, encontrámos, numa carta de Sophia de Mello Breyner Andresen a Jorge de Sena, as dificuldades diárias de uma poetisa que também tem de dar conta de atividades mais banais e de gerir, em simultâneo, a necessidade de escrever. Belo texto! 

 Há dias aconteceu-me isto: comecei a escrever um poema à tarde, mas fui tão interrompida que desisti. À noite tentei acabá-lo mas estava cansada demais e dispersa em mil bocados. No dia seguinte de manhã fui com a cozinheira à praça. E de repente no meio de peixes, das couves e das galinhas pensei que precisava de parar um minuto, um minuto de férias sem cálculos nem contas. Então mandei à cozinheira que fosse ela comprando os legumes e "fugi" para o café da praça e pedi um café ao balcão. Enquanto estava a tomar o café lembrei-me do poema da véspera e pedi ao empregado que me emprestasse um papel e um lápis. Foi assim que consegui acabar o poema num misto de pausa e de euforia.

  Depois fui a correr comprar a fruta! Isto é a minha vida! Mas às vezes fica tudo mal escrito e mal vivido. 

MUSEU

  A Aurora do Lima, em Agosto de 1923, durante as Festas d' Agonia, noticiava a abertura do novo Museu, com uma exposição de pintura. Foi instalado num edifício de 1724, mais tarde comprado pela família Barbosa Teixeira Maciel, tendo passado a ser conhecido pela casa Barbosa Maciel.

  A coleção era constituída por pedras de armas, peças arqueológicas, varas de vereadores, medidas da alfândega e outros objetos em desuso.
    Numa segunda fase, os colecionadores Luís Augusto Oliveira e Serafim Neves expõem a sua coleção, em salas que ficam com o o seu nome.
  A atual designação, Museu de Artes Decorativas, é utilizada desde 2012. Recentemente, foi sujeito a obras de conservação e de reinstalação da colecção. Enquanto a visita virtual ainda não está disponível, publicamos estas duas imagens.

   Logo, às 21.30, nesta Noite dos Museus, lá estaremos, para uma visita, de que daremos notícia.

RINOCERONTE

  Em 1515, chegava a Lisboa um rinoceronte e um elefante, animais nunca vistos pelos europeus de então. D. Manuel I enviou-os como presente ao Papa Leão X. Durante a viagem por mar, o barco naufragou, tendo o rinoceronte morrido.

 Dürer criou um rinoceronte baseado na descrição escrita de um Indiano, cobrindo-lhe o corpo de placas, como se fosse uma armadura e colocando-lhe um pequeno chifre nas costas. Esta gravura em madeira foi reproduzida durante séculos, apesar de não corresponder à realidade.

   Só em 1577, a Europa veria um outro elefante, Abada, que, como o reino, seria "herdado" por Filipe II de Espanha, que o levou, primeiro para a Casa de Campo, perto de Madrid e, mais tarde, para o Escorial.

  Um outro elefante é protagonista do livro de José Saramago, A viagem do elefante, que nos relata a viagem de Salomão até à Áustria, como presente de casamento de D. João III ao Arquiduque Maximiliano.

    A BE empresta.

A LUZ DE GAINSBOROUGH

 The watering place

Lady Georgiana Cavendish

  Famoso pelas suas paisagens e retrato, Thomas Gainsborough nasceu a 14 de maio de 1727. Nos seus quadros, Faz-se luz...

ESTA NOITE FAZ-SE LUZ...

   Em mais uma iniciativa para a comunidade, vamos visitar o Museu de Artes Decorativas, no próximo sábado, às 21.30.

   O Museu, no Largo de S. Domingos, foi sujeito a uma remodelação, pelo que merece ser visitado, mesmo para quem já o conhece. Como a visita está integrada na Noite dos Museus, ainda é mais uma razão para se tornar imperdível.

   Como o número de participantes para a visita guiada é limitada, é necessário fazer a inscrição na BE.

   

THE LADY OF THE LAMP

 Durante a guerra da Crimeia (1863-65), Florence Nightingale, nascida a 12 de maio de 1820, procurou introduzir novos métodos no tratamento dos feridos, como, simplesmente, impondo mais higiene no contacto com os doentes.

  De noite, fazia visitas aos feridos, passando a ser conhecida como The lady of the lamp.

     Quando regressou a Inglaterra, fundou a primeira escola de enfermagem e, ainda hoje, o juramento dos enfermeiros é-lhe dedicado.

  A BE empresta uma biografia desta notável mulher vitoriana.

DALI

 Em Figueres, Catalunha. no dia 11 de maio de 1904, nascia Salvador Dali, pintor surrealista.

 Em 1920, em Paris, conviveu com Picasso, Magritte e Miró, o que o levou à sua primeira fase surrealista. A persistência da memória, pintado em 1931, enquanto esperava que a mulher, Gala, regressasse do teatro, é uma das suas criações mais conhecidas. 

  Esta ligação ao movimento Surrealista acabou em 1934, quando foi expulso do grupo, por se ter recusado a criticar a atuação de Franco, embora também se diga que esta expulsão será consequência das aparições públicas do artista ou da influência pessoal de André Breton.

  Fragilizado pela doença, que o impedia de pintar, e pela morte de Gala, em 1982, Dali entra em depressão e, depois de vários acidentes, entre eles um incêndio, morre em 1989.

  The swallow´s tail é a sua última obra, de 1983.

WE SHALL OVERCOME

 Há canções que precisaram de um "empurrãozinho" para se tornarem ícones da música. A canção We shall overcome é uma delas. Canção folk, com várias referências quanto à sua origem e autoria, tornou-se um hino na luta pelos direitos cívicos dos negros, ao ser cantada por Guy Carawan (1927- maio de 2015) em 1960.

 Em 1965, nas marchas liderada por Martin Luther King, de Selma para Montgomery, foi cantada como símbolo dessa luta. Continuou a ser cantada como hino de esperança em ocasiões como na luta na Praça de Tainanmen e quando da queda do muro de Berlim.

 Numa altura em que continuamos com lutas pelos direitos cívicos de muitos, numa época de crise de valores, mesmo nas nossas dificuldades diárias, relembremos que podemos superar esses problemas:

 We shall overcome, we shall overcome someday

 Deep in my heart, I do believe, we shall overcome someday. 

  Reproduzimos uma das versões mais conhecidas, a de Joan Baez, cantada ao vivo em 1965

EUROPA

  A Mitologia explica-nos tudo, ou quase tudo. Sabemos que os deuses tinham uma vida agitada...

  Neste DIA DA EUROPA, mais um..., apresentamos um quadro, de Rubens, que pode ser visto no Museu do Prado, em Madrid, e

O rapto da Europa, 1628

 toda a história aqui cantada por Fausto.

 

V- E DAY

 O dia mais esperado - o fim da II Guerra Mundial. 

 Nesta data, os combates apenas cessaram na Europa, mas o fim desta guerra aproximava-se. 

 Imagens de Churchill, em Londres, e das manifestações em Portugal.