31/07/2014

SNOB

  Snob é uma palavra que entrou em desuso, não por terem desaparecido as pessoas a quem se aplicava, mas por ter sido substituída por afetado, arrogante, excêntrico,mas não é a mesma coisa. É menos snob...
  A palavra tem origem em Oxford e Cambridge quando os professores escreviam, em frente ao nome dos alunos que não pertenciam à nobreza s.nob (sine nobilitate) para os poderem distinguir dos aristocratas. Como esses alunos endinheirados se davam ares, querendo imitar os nobres, começaram a ser chamados por estes de snobs.
  Sophia de M. B. Andresen, na sua obra infantil O rapaz de bronze, faz-nos o retrato de um snob:

  Nessa altura apareceram na varanda um homem novo e uma mulher de cabelo preto que tinha um vestido de cetim amarelo.
 - Quem são? - perguntou o Gladíolo.
 - Ela é uma mulher mais chique e mais bem vestida desta terra. É uma espécie de tulipa. Ele é um snob.
 - O que é um snob? - perguntou o Gladíolo.
 - É uma espécie de Gladíolo.
 - Que fazem os snobs?
 - Têm muitos amigos e são muito convidados e por isso toda a gente gosta muito deles e os convida mais.
 - Que vida extraordinária! - suspirou o Gladíolo.

 Obra imperdível que nos deve levar a uma visita ao actual Jardim Botânico do Porto, antiga casa da avó de Sophia e onde morou Ruben A. este autor descreve a casa, o jardim e a família em O mundo à minha procura. (Talvez não seja bem assim, mas isso é uma outra triste história.)

Rapaz de bronze - Jardim Botânico


30/07/2014

BANCO DE JARDIM




   Há objectos que marcam uma época e gerações. A revista Magazine, JN, do dia 20, informa que este modelo de banco faz 80 anos. A quantos segredos, amores, confissões, revoluções, zangas, pazes, brincadeiras assistiu!
  Fabricado pela ALBA, empresa fundada em 1921, foi nela que foi fabricado o único modelo de automóvel português. 
  É uma pena que em Portugal não haja o costume de perpetuar a memória das pessoas em proveito dos outros. Nos países anglófonos, nos jardins, os bancos são quase todos doados em memória de alguém que partiu,



ou apenas como uma oferta à comunidade.


29/07/2014

OS PRIMOS

 Enquanto a guerra estava a ser preparada, a aristocracia divertia-se na Regata de Cowes. Neste ano de 1914, não estiveram presentes os três primos, senhores dos três maiores impérios europeus, que rivalizavam nesta competição com os seus yachts, a sua elegância, a sua entourage.
 Netos da rainha Vitória, diretos ou por afinidade, juntavam-se nesta corrida o rei Jorge V, o kaiser Guilherme e o czar Nicolau II. 1913 foi a última regata para os três.

Jorge V (1865-1936)
Guilherme II - (1859-1941)
Nicolau II- (1868-1918)

 As regatas, as rivalidades, as intrigas, o fausto, a corte, a família, o povo, o início da Guerra, a revolução russa, o desmoronar dos impérios e muito mais num livro de leitura obrigatória:


28/07/2014

I GUERRA

 Ao meio-dia do dia 28 de julho de 1914, a Áustria declarou guerra à Sérvia, confiante no apoio alemão se a guerra alastrasse.
  Winston Churchill escreveu à mulher ao saber desta declaração : 
  Interrogo-me sobre se os estúpidos reis e imperadores não poderiam reunir-se e revivificar a monarquia salvando as nações do inferno, mas estamos todos a entrar numa espécie de estúpido transe catapléptico. Como se fosse um assunto que dissesse respeito apenas aos outros.
A primeira Guerra Mundial, Martin Gilbert


 Mapa da Europa antes da I Guerra

mapa da Europa 

27/07/2014

LARGA O OSSO

  Esta semana, na Antena 1, no programa Lugares comuns, Mafalda Lopes da Costa falou da origem da expressão Larga o osso, dando a seguinte explicação:
  Vasco da Gama nasceu em Sines, 1460 ou 1469, e morreu em Cochim em 1524. Em 1519, D. Manuel I atribui-lhe o título de conde da Vidigueira. Sepultado na Índia, os seus ossos são trasladados para a Quinta do Carmo, na Vidigueira. Quando, em 1880, foram de novo trasladados, então para os Jerónimos, a população revoltou-se e gritou para os técnicos que procediam ao transporte das ossadas: Larga o osso.
  A expressão passou usada quando uma pessoa não quer abrir a mão de uma coisa boa ou de que gosta muito.

26/07/2014

OS PEREGRINOS

Estivemos a aguardar notícias, uma fotografia, mas nada. A noite de Santiago é longa e não há tempo nem para uma selfie...
Sabemos que regressam hoje, de comboio. Nem podemos ir esperá-los com cartazes...
Ficamos à espera de um relato mais completo.

PARABÉNS e um bom regresso.

25/07/2014

OS PEREGRINOS


  Já chegaram a Santiago. Nem tiveram tempo de ficar na fotografia.


  O resto do dia e da noite vai ser de festa. Acabam, hoje, as festas e a animação ainda deve ser muito grande. Teremos mais notícias e fotografias?

OS PEREGRINOS

  Aqui vamos com menos gorduras, mais músculo e algumas bolhas, à mistura. Está quase...




  Onde estarão?

24/07/2014

OS PEREGRINOS



   
   Ontem, pela manhã. Continuam com um ar fresco e decidido, após uma noite com muita companhia, segundo se soube de fonte fidedigna.
  A fotografia parece tirada em Combarro. Para quem não conhece, fica entre Pontevedra e Sanxenjo. Merece uma visita e um bom almocinho. Os espigueiros estão por todo o lado, as ruas são estreitas, as casas de pedra e, no fim de cada rua, vislumbra-se uma nesga de água de uma ria. Ah, também há ... brujas.

23/07/2014

OS PEREGRINOS

Ao fim da manhã de ontem, chegou a fotografia e a mensagem:

"São 5 da manhã. Aqui vamos nós a caminho de Redondela."


  No fim do dia, nova mensagem, muito "sofrida", do Gaião:

   Levantar às 4.30m, etapa terminada às 16.30. A passagem por Vigo foi "dura". Agora estamos a beber algo fresco e a ver passar os "monumentos". Logo vamos jantar e segue-se uma noite com mais 3"machos latinos".

   Haverá quem lhes explique que estão em... peregrinação?!?

22/07/2014

OS PEREGRINOS

 Depois das forças retemperadas em Baiona - tapas e canãs, segundo os próprios, seguiram para Nigran. Vão lançados. Terão comido pimentos de Padron bem picantes para ajudar... Já nem quiseram ficar na fotografia enviada às 15.17, de Baiona.


  Podem segui-los por este mapa.

                                    

21/07/2014

OS PEREGRINOS

   Afinal, a alvorada foi às ... 4 horas... Os pecados são mais, ou maiores do que pensávamos...
  Também, segundo se consta, há quem vá pedir um novo milagre futebolístico para a próxima época...
   A travessia do rio, em Âncora, às 10.20, foi assim:


  Continuaremos a dar notícias sempre que chegarem.

20/07/2014

LUA


  Neill Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins, há 45 anos, chegaram à lua, na Apollo 11. Neill Armstrong dá os primeiros passos na superfície lunar e diz as palavras que ficarão para a posteridade:
  Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade.

OS PEREGRINOS


  Se o programa foi cumprido, os nossos peregrinos saíram, hoje, às 5 horas, junto da capela de Santiago (em frente ao Colégio do Minho), seguindo um dos trajectos dos caminhos de Santiago - o caminho português da costa.
   
   Nos modernos albergues, ao fim da jornada, será que ainda se poderá repetir aquelas longas conversas entre peregrinos que deram origem, por exemplo, aos Contos da Cantuária, de Geoffrey Chaucer, século XIV?


  Cada conto é narrado por um peregrino do grupo que se dirigia de Southwark para a catedral de Canterbury para visitar o túmulo de Thomas Becket.
   Uma boa sugestão de leitura para estas férias.


   A BE não tem estes contos, mas pode encontrá-los na Biblioteca Municipal.


19/07/2014

OS PEREGRINOS

Para se chegar a Santiago de Compostela:


seguir bem as indicações,

levar a concha,

a cabaça,
o bordão

e um livro (há na BE).


BOA VIAGEM, Pedro Gaião, Manuel São João e Jaime Araújo. Esperamos notícias.

18/07/2014

I GUERRA

  Continuando o artigo do Expresso, vamos apresentar alguns filmes, alguns dos quais se basearam nos livros que aqui colocamos.
     
   A oeste nada de novo
    
   Gallipoli

Lawrence da Arábia

O adeus às armas

Reds (Dez dias que abalaram o mundo)

E com referência à I Guerra:

África minha

A filha de Ryan




17/07/2014

LUGARES IMAGINÁRIOS

 Alberto Manguel tem-nos habituado a obras excelentes, de grande fôlego que lemos, consultamos, usamos e relemos, como a fabulosa Uma história da leitura.
 Editado agora em português, o Dicionário de lugares imaginários é uma obra de referência onde estão mencionados quase todos os lugares criados na literatura (os portugueses não estão). Encontramos lugares tão singulares como Ilha dos papeis velhos, A montanha da ignorância, A ilha dos marrões, ou a nossa muito conhecida Ilha do tesouro. Cada entrada tem, no final, a obra de onde foi retirada e a data da edição.
  De alguns destes lugares daremos notícia.
  Está ao vosso dispor na BE.


16/07/2014

BISAVÔ / VISAVÔ

  No post Fiesta, está escrito visavô sem termos dado conta do erro. Uma das nossas fiéis seguidoras chamou-nos a atenção, mas sossegou-nos, pois tinha verificado que havia as duas versões.
  Consultado o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, constata-se que, na realidade as duas formas estão correctas. Para maior certeza, o Dicionário Priberam tirou todas as dúvidas.
   Quem diria!


I GUERRA

 Para iniciar as comemorações dos 100 anos da I Guerra Mundial, a Revista do Expresso do dia 12 de julho traz vários trabalhos sobre este tema. Um desses trabalhos faz um pequeno resumo de alguns livros e filmes que nos falam desse conflito. Hoje, mostramos esses livros. Os que estão assinalados com * podem ser requisitados na BE.

A frente ocidental vista vista pelos olhos de um soldado que chega às trincheiras em 1914, vai sobrevivendo a todos os seus camaradas, para ser morto em 1918 num dia tão calmo que o comunicado do Estado-Maior apenas dizia «nada a assinalar»

*
Saga familiar em oito volumes, narra, no penúltimo, a luta desesperada dos pacifistas para tentarem evitar o desencadear da guerra em 1914.

h

O testemunho autobiográfico de um soldado que foi voluntário aos 19 anos e ferido mais de uma dezena de vezes. Conta o horror das trincheiras e a derrota alemã sem nunca fazer juízos de valor sobre o inimigo. Fala de uma guerra impiedosa onde ele e os seus camaradas tentaram manter-se humanos.


A guerra e o amor na frente italiana, contados por um tenente americano que conduz ambulâncias e não é, senão, o alter ego do próprio autor que testemunhou os fuzilamentos de supostos desertores a seguir à sangrenta derrota de Caporetto.

*
A revolução russa de outubro de 1917 contada à maneira de uma grande reportagem por um jornalista e militante de esquerda que tinha a consciência de estar a testemunhar um momento histórico.



15/07/2014

NADINE GORDIMER

IN MEMORIAM


1923-2014


  Nadine Gordimer, escritora sul-africana, recebeu o Prémio Nobel da Literatura, em 1991, morreu ontem.
   Fazem parte do catálogo da BE:

recomendado pelo PNL
    







14/07/2014

FACHADA



   Por volta de 1760, em Vila Boa de Quires, António Vasconcelos Carvalho e Menezes mandou construir uma imponente casa barroca, conhecida como Casa do Fidalgo ou Casa das Obras. Por razões que se desconhecem, a construção nunca foi concluída restando apenas esta imensa fachada no meio de um campo.
  Há várias hipóteses apresentadas para que o edifício tenha permanecido incompleto - os acidentes mortais, entre eles o do próprio arquiteto que sofreu uma queda quando visitava a obra, o custo demasiado elevado do projeto ou a ausência de herdeiros.
  Um milionário americano tentou comprar as ruínas, desmontá-las e levá-las para a sua propriedade nos Estados Unidos.
   Desde 1977 que está classificado como Monumento de Interesse Público.
       Como certas pessoa,s e negócios, esta casa também é só... fachada.

13/07/2014

GARFO

  O hábito de comer com as mãos é bem antigo e foi seguido até há bem pouco tempo. Os talheres, tal como os conhecemos, são uma invenção recente e, nem sempre de uso individual. 
  A faca é o talher mais antigo que conhecemos, seguido pela colher e, apenas no século I, em 972, quando Teodora, de Bizâncio, casa com o veneziano Domenico Salvo e traz no seu enxoval um objeto com dois dentes e com o qual espeta os alimentos - um garfo de ouro de dois dentes. Como tudo o que era desconhecido, na época, é considerado uma heresia, também este garfo o é. Contudo, vai conseguindo impor-se, junto dos nobres. No século XVII, o Cardeal vai ditar a moda de que cada pessoa deverá ter o seu próprio talher, mudando os hábitos de etiqueta. (Esta personagem tem muito que se lhe diga - bordado, "eminência parda", Os três mosqueteiros, etc, etc.).
  Os talheres vão ocupando o seu espaço nas cortes europeias, mas, só no século XVIII se tornam vulgares no Norte da Europa, e um século depois, na América. Em Portugal, embora tenha sido usado, ocasionalmente, desde D. Manuel I, foi no reinado de D. Maria II que o príncipe consorte Fernando de Saxe-Coburgo convenceu a rainha a usar o garfo diariamente.
  O número de junho da National Geographic traz-nos duas páginas dedicadas ao garfo e alguns modelos menos usuais, de dois a cinco dentes. (Pode ser consultada na BE).


National  Geographic - 159, junho 2014







12/07/2014

O CHAMADOR



    Álvaro Laborinho Lúcio, antigo ministro da Justiça, entre outros cargos, escreveu um livro de contos, de memórias, de ficção, de teatro, de cinema, de...


  Não estava bom, o mar.
  O negrume pintava nas nuvens um paredão que puxava o horizonte para mais perto. O vento corria sem parança, levando e trazendo gritos, pragas, rezas, ladainhas, numa mistura de aflições.
   Já tinham chegado todos. Todos menos o Alexandre.(...)
   As mulheres helénicas nos gestos e no trajar , corriam para o coro, desafiando o ribombar das ondas. Nos homens, talhados nos mares do Norte, o silêncio, o olhar fixo da lonjura, o rosto sulcado pelos pensamentos pressagiavam tragédia.
  
  

11/07/2014

FIESTA

 A 8 de Dezembro de 1921, Ernest Hemingway, um jornalista americano, e a primeira mulher, Elizabeth Hadley Richardson, partem para a Europa. Estamos no começo dos anos loucos, em que a lost generation - Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Erza Pound, John Dos Passos e outros - vive em Paris. Scott Fitzgerald acabava de escrever Great Gatsby. (Lembremos o filme com o mesmo nome, e nunca esqueceremos Robert Redford...)
  
Ernest Hemingway (1899-1961)
  Uma visita a Pamplona, durante as festas de San Fermin, põe Hemingway em contacto com as corridas de touros e todo o ambiente à sua volta. 
 No ano seguinte, de novo em Pamplona, vê tourear o jovem Cayetano Ordoñez (1904-1961), visavô dos toureiros Cayetano e Francisco Rivera, filhos de outra lenda do toureiro,Paquirri, familiares de Luis Miguel Dominguin, que... Chega, voltemos a Pamplona. O jovem toureiro dedica a morte do touro a Elizabeth e oferece-lhe uma das orelhas.
 Hemingway, fascinado pelo ambiente de Pamplona:
  Back at the hotel that night when we were dressing for dinner, Ernest said, 'I'm working out a new novel. (...) About the bullfights. The hero will be Ordoñez, and the whole thing will take place in Pamplona.' (...) 'I'm calling the young torero Romero. It starts at a hotel, at three in the afternoon.
The Paris wife, Paula McLain

  Assim é criado O sol nasce sempre (Fiesta) que ainda hoje inspira e faz com que jovens americanos, e não só, corram desembestados à frente de touros em pontas, nos encierros.


  A BE empresta.

10/07/2014

O MACACO E O PEIXE


   ... andava um macaco passeando pela floresta. Movia-se aos saltos pelas árvores, quando topou com uma lagoa como esta e olhando-a, entre o encanto e o susto, porque todos os macacos receiam a água, viu um peixe movendo-se em meio ao lodo espesso, junto à margem. «Que horror!», pensou o macaco, «aquele pequeno animal sem braços nem pernas caiu à água e está a afogar-se.» O macaco, que era um bom macaco, ficou numa grande angústia. Queria saltar e salvar o animalzinho, mas o terror impedia-o. Por fim, encheu-se de coragem, mergulhou, agarrou o peixe e atirou-o para a margem. Conseguiu içar-se para terra firme e ficou ali, alegre, vendo o peixe aos saltos. «Fiz uma boa ação», pensou o macaco, «vejam como está feliz!» 
A rainha Ginga, José Eduardo Agualusa

  Realmente, há ajudas que dispensávamos.


09/07/2014

MAYERLING

  O arquiduque Francisco Fernando, apenas se tornou herdeiro do Império Austro-Húngaro por um trágico acontecimento no Pavilhão de Caça, em Mayerling, no dia 30 de janeiro de 1889.

Arquiduque Rudolfo
Condessa Maria Vetsera
  Rodolfo de Habsburgo,  filho único do Imperador Francisco José e da Imperatriz Sissi, era casado com a arquiduquesa Estefânia, mas mantinha um caso amoroso com a condessa Maria Vetsera, de apenas 17 anos. O arquiduque organizou uma caçada em Mayerling e, nessa manhã de 30 de janeiro, o criado de quarto encontrou Maria e Rodolfo mortos. A corte tentou abafar o caso, mas acabou por referir um pacto de morte - Rodolfo matou Maria e suicidou-se em seguida.
  Segundo uns autores, o naturalista Otto Finsch, em homenagem ao Arquiduque Rodolfo deu o nome de Paradisaea rudolphi a esta lindíssima ave, mas segundo outros, essa atribuição deve-se a Carl Hunstein.
Paradisaea rudolphi
  Também o cinema,baseado num romance de Claude Anet, vai imortalizar este drama, entre outros, no filme de Terence Young, com os míticos atores Catherine Deneuve, Ava Gardner e Omar Sharif - Mayerling - com música de Francis Lai.

   
 Mirreille Mathieu também os cantou  C'est à Mayerling.


08/07/2014

FRASEANDO


   Aos pobres de Portugal é costume dizer: "Tenham paciência". Mas na verdade devemos dizer: "Não tenham paciência". Devemos pedir ao povo português que procure o caminho de uma "impaciência pacífica", que se exprima e combata sem violência mas com teimosia e firmeza.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Discurso proferido na campanha da CEUD, 1969 


07/07/2014

ARRIVISTA

  Continuando com o Dicionário de Insultos, dedicamo-nos a essa figura que faz tudo na vida para se impor e para subir o arrivista.Trapaceia, trafulha e trafica influências, tudo em prol de um maior objetivo: trepar.
 O termo vem do francês arriver e, ainda segundo o dicionário, é um tipo que mal acabado de chegar logo quer salientar-se e dar nas vistas.
  Ouçam Pedro Osório no Festival da Canção, 1980, em Self made man.


06/07/2014

VIAGEM À ÍNDIA

  Como este verão está chocho, a sugestão de leitura de hoje é de fôlego e interessantíssima. Começar num destes dias de pouco sol, num local agradável, sugere-se o Girassol, e um bloco para notas. Com a mesma estrutura de Os Lusíadas, com os mesmos episódios, mas na atualidade, não fala de um povo, mas de um herói - Bloom - que nos remete para Ulisses, para James Joyce (ainda não consegui ler este...) e para outras referências.
  Claro que falamos de Gonçalo M. Tavares e da sua excelente obra Viagem à Índia. Escolhemos alguns excertos para abrir o apetite.

 Não falaremos de um povo//que é demasiado e muito.//Falamos apenas de um homem: Bloom.// Bloom abriu os seus dois olhos contraditórios// (um que queria ver o novo, o outro dormir).

   Um homem que fale demasiado//é surdo,...

   A estética terminou. Ficou o dinheiro.

   As mulheres sempre foram mais//minuciosas na vingança - disse Bloom. Folheiam-na// sem saltar uma página. E tratam das unhas//antes de pegar no machado.

   ... os advogados dele eram tão perfeitos//que pareciam ter sido feitos à mão.

   ... os pobres não são bons, murmurava o meu pai,//têm é menos dinheiro para exercer a maldade.

  Vigiai os crápulas - dizia - e vigiai os homens//que falam manso; há no excesso de fragilidade//exibida a preparação de uma maldade,...

  Viera de um país onde metade do dia//mais de metade dos homens fica deitada na cama//a cultivar mentalmente a inveja dos que agem// e se levantam;...

  Abriu-se o apetite? A BE empresta.

05/07/2014

BIOGRAFIAS

 A biografia de um escritor, embora haja quem diga que um romance é muito mais autobiográfico, permite-nos conhecê-lo e conhecer melhor a sua obra. Melhor que isso é ler sobre aqueles que estiveram perto, ou os conheceram bem. Tolstoy, as suas preocupações sociais, a sua incoerência, o seu péssimo feitio, a sociedade russa são muito bem retratadas no livro de Sofia Tolstoy, The diaries of Sofia Tolstoy. Frances Wilson leva-nos até aos Românticos ingleses do Lake District através da irmã de Wordsworth e da forma como os quis conduzir – The ballad of Dorothy WordsworthHemingway, a sua vida em Paris, toda a fiesta que sempre o encantou, o auge e o declínio estão em The Paris wife, Paula McLain. D. H. Lawrence, depois de se ler D. H. Lawrence: the life of António outsider, John Worthen, leva-nos até à Sardenha e a Itália – Sea and SardiniaJane Austen: a life, Claire Tomalin mostra-nos uma vida curta, dedicada, empenhada no trabalho, de paisagens que nos conduz a Mr Darcy, às abadias, ao século XIX. E, para terminar esta secção que poderia ser muito mais alargada, toda a poesia, beleza, encanto e fantasia de The tale of Beatrice Potter, Margaret Lane. Dos portugueses, muitos podemos encontrar, mesmo sem os títulos – EçaCamiloCesário, os diários de Torga, a Conta corrente de Virgílio Ferreira, os textos biográficos de Aquilino, Memórias, Raul Brandão, etc, etc. Não esquecer, MemóriasRómulo de Carvalho, onde tudo se funde – homem, professor, época, sociedade e Gedeão. Não percam tempo com os Cadernos de Lanzarote.

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